segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Governo federal vai pedir mandados de busca e apreensão coletivos no Rio

Anuncio foi feito pelo presidente Temer e o governador Pezão Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo
Catarina Alencastro e Karla Gamba
Após a reunião de instalação do Conselho de Defesa e do Conselho da República para debater a intervenção federal no Rio com o presidente Michel Temer e os conselheiros, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou que o governo vai pedir à Justiça que possa expedir no estado mandados coletivos de busca e apreensão e de prisão. O objetivo, segundo ele, é conseguir cercar toda uma rua ou mesmo comunidade para capturar criminosos. Hoje, os mandados são restritos a uma casa específica. Jungmann alegou que os bandidos se movem e acabam escapando.
Jungmann reiterou várias vezes que a intervenção é civil, e não militar. E afirmou que o interventor, o general Walter Braga Netto, é militar, mas tem poderes administrativos apenas. Segundo ele, "não há carta branca" e nem caberá ao interventor "definir a movimentação das tropas". As ações permanecem sob comando do Ministério da Defesa, e Braga estará subordinado ao Estado Maior Conjunto das Forças Armadas e ao ministério.
— Não há nenhuma carta branca, nem carta negra, nem carta cinza. E esclareço que os militares não estarão substituindo o papel das polícias. Não vamos confundir a intervenção, que é um ato administrativo, com a ação militar, que é GLO (Garantia da Lei e da Ordem) — disse.
Jungmann também disse que embora Braga Netto precise de um tempo para fazer um diagnóstico da situação e a partir daí solicitar recursos ao governo federal, o Rio já tinha um plano de combate à violência em andamento. E que esse plano será agora "adaptado" à intervenção. Jungmann disse ainda que em determinado momento, o governo chegou a cogitar fazer uma intervenção mais ampla no Rio, abrangendo também a área econômica do governo. E que se fosse esse o caso, o interventor seria civil. Mas como a conclusão foi a de que a intervenção deveria ficar restrita à segurança pública então a decisão foi de nomear um interventor militar. A decisão de nomear um interventor militar também passou, segundo o ministro, pelo fato de o cargo contar tempo para a carreira militar.
Jungmann disse que a criação de um novo ministério, da Segurança Pública, deve acontecer nesta semana. O decisão foi anunciada por Temer, no Rio, no último sábado.
Fonte: extra.globo

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